segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

E o espaço público, hem!



Foto de Nauro Junior

Fico pensando no coitadinho do Planeta, tão vilipendiado pelas grandes potências, que, para enriquecerem, jogam à natureza gases, resíduos tóxicos e outras tantas agressões, às quais, se houvesse um pouquinho só de bom senso, não estariam ocorrendo.

Deixando a escala mundial de agressões, e detendo-me em nossa vida doméstica, onde também ocorrem violências contra a natureza, não fico menos surpreendido com a forma relaxada com que tratamos o meio-ambiente. Ai eu me pergunto: como salvar o Planeta se não temos competência sequer para cuidar do espaço público?

Refiro-me à forma como o centro de Pelotas foi tratado nos dias que antecederam à festa natalina. Todas as manhãs, quem passasse pelo calçadão da Andrade Neves – e adjacência, tinha certeza de estar enfiado até o pescoço numa lixeira. Toneladas de lixo, na verdade, exposto céu aberto. Havia pessoas fazendo a varredura, mas os relaxados, em maior número, tornavam a sujar, disparando em direção às compras.

Por que as pessoas não jogam lixo nas lixeiras? É simples, prosaico. À nossa frente, a poucos metros, a lixeira escancara-se. E o que fazemos? Jogamos o que tiver de jogar no chão, sem nenhuma preocupação com o espaço público. Dane-se! Afinal, é zona de ninguém!

Estamos redondamente enganados. Por ser espaço público e pertencer a todos nós, precisamos respeitá-lo! Aliás, urge maior respeito! Podemos sujar nossas casas, exercitando como quisermos  nossa negligência. No público, não. Nele não deveríamos sequer jogar uma guimba no chão.

Confesso que, às vezes, o desejo de lutar pela preservação da natureza esmorece dentro de mim, murchando como flor não regada. Também pudera! Não conseguimos cuidar nem dos logradouros públicos, como imaginar, em escala maior, possível salvar o Planeta da sanha assassina dos poderosos?

O dia em que hesitarmos diante de cuspir ou não cuspir no chão, talvez nosso espírito salvacionista venha à tona, transformando-se num tornado, força tsunâmica capaz de alterar o destino da Terra.

Sonhemos, amigos, sonhemos.

Manoel Soares Magalhães

Um comentário:

  1. Interessante e necessário post! E ainda falam em Pelotas como um potencial pólo turístico, tsi...! E a população e o Poder público (nenhum representante anda pelas ruas da cidade?????!!!!) pretendem receber os turistas, principalmente a essa altura do ano, quando familiares e amigos costumam vir a Pelotas, dessa forma?!
    É, Manoel...! Sonhemos, sonhemos sim!E principalmente que nossos sonhos se tornem realidade!
    Bj "indignado", rsrs, Tê!

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