terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Tempo quente em Copenhage



Brasileiros de bicicleta pelas ruas de Copenhage

Copenhage é a capital européia mais apropriada hoje para realizar a Cúpula da ONU para o meio ambiente. Ruas absolutamente dominadas por ciclistas, turbinas de ventos localizadas em várias regiões gerando energia, dando exemplo ao mundo de um forte comprometimento visando novas formas de geração energética.


Certamente que o encontro será cercado de discussões quentes, num embate de forças contrárias. De um lado os poluidores do Planeta, os quais, movidos pelo lucro, fecham os olhos aos dados científicos apontando com crescente precisão aquecimento do Planeta por causa da ação humana. Os oponentes, lideranças ambientais, chefes de Estado, organismos oficiais e não oficiais cuja experiência de Kyoto, durante a assinatura do protocolo, assinado em 1997 para tentar conter esse aquecimento, não foi o esperado, imaginam que agora, diante da gravidade da situação, os resultados sejam mais positivos.


Em Kyoto, ficou acordado que o aquecimento global tem data para expirar: 2012. Pelo andar da carruagem – e pela vontade demonstrada pelos agentes poluidores, custa-nos a crer que o prazo será respeitado. Outro dado interessante. De acordo com cálculos da consultoria McKinsey, 77% da infra-estrutura de energia que será usada em 2030 deverá começar a ser construída nos próximos anos, e o que acontecer em Copenhague poderá definir se esses investimentos serão feitos em tecnologias limpas ou não.


Sabe-se que as negociações para chegar-se ao novo acordo com relação ao clima vem ocorrendo há dois anos, envolvendo grandes questões técnicas. Os debates mais quentes, por exemplo, giram em torno de dois temas que se interligam: limite de emissões e dinheiro.


Tom Brookes, analista da European Climate Foundation (ECF) grupo técnico ativo nas discussões de Copenhage, disse que a grande discussão que está na mesa é sobre a imposição de metas de emissões de carbono para os países e de mecanismos para financiar as reduções.


Isto é, reduzem-se as emissões, mas alguém tem de pagar a conta. Infelizmente, até agora, quem está pagando a fatura mais cara é o Planeta. Até quando? Bem, só o tempo dirá.


Manoel Soares Magalhães









2 comentários:

  1. Ótima cobertura da Cúpula de Copenhague, Manoel. Estou acompanhando com interesse.
    Adão.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom o artigo, mas quem tem que pagar a conta são os maiores poluidores. Geralmente são as grandes potências ou aquelas potências médias que se escondem atrás de uma cortina de civilização e preocupação pelo planeta. Como se diz no popular "estão todos com o rabo preso", por isso, quem poluiu mais, tem que pagar mais e isso pode ser medido e constatado.
    Valeu, Manoel!

    ResponderExcluir