terça-feira, 1 de dezembro de 2009




A minha tese de Pós Graduação em Gestão Ambiental foi inédita. Batizada de “Eco Photo Sat Diagnose” comprovou que – além do monitoramento meteorológico, podemos avaliar, medir, (com minúcias de centímetros) e determinar os espaços geopolíticos comprometidos de qualquer região planetária envolvida por devastação, degradação, incêndios, etc., meio ambientais... tudo via satélite. (Tive um, parceiro: Prof. Reinaldo Bernardin)


Hoje, infelizmente, (terça-feira, 1º /12/2009), o Brasil vai perder o satélite que faz o monitoramento meteorológico do país e de toda a América do Sul. O satélite Goes-10 (Made in USA), será desativado como “sucata espacial”. Assim, na sua falta, o Brasil perderá - tanto na quantidade e qualidade - as imagens enviadas do espaço, o que trará redução da capacidade de previsão de tempo de curto prazo. E o fato acontece – ironicamente - na época do fenômeno “El Nino”! Podemos pensar - num caso - de assassinato meteorológico das populações sem direito a alertas de defesa ambiental?


Segundo o “INPE” (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) a missão prosseguirá com outro satélite “Goes 12” da “NOAA” (Administração Nacional do Oceano e Atmosfera), mas, mais distante do Brasil e sob integral controle do Governo Norte Americano


Apenas, nesta mudança, haverá uma redução da emissão de imagens (pelo menos 50% a quantidade) enviadas pelo satélite. Hoje, o Brasil recebe imagens a cada 15 minutos. Informações do “INPE” garantem que o Goes-12 vai enviar imagens - tão somente - a cada 30 minutos. E o detalhe que ainda poderá ser reduzida a (1/6) um sexto, na eventualidade de socorrer os serviços de prevenção e emergências dos Estados Unidos contra tempestades, tufões, tornados, furacões.


Por informações do “INPE”, por força de um “acordo” assinado na “Organização Mundial de Meteorologia” (OMM) determina que, mesmo nestas circunstâncias adversas, “sejam garantidas imagens da América do Sul a cada três (3) horas”.


Em nosso urgente “tempo de previsão” de alertas, é que, estaremos sem instrumental e capacidade de “previsão do tempo”. Assim, reféns do tempo... se percebe que estamos super vulneráveis e ficaremos às cegas, pois, sem imagens não há previsões a curto prazo!


Como a maioria dos países latinos tem as suas imagens repassadas pelo “INPE”, a economia do agro business - desprestigiada e desprotegida – merecia a realização de um “consórcio” de um satélite espacial especial. Se eu fosse deputado federal, usaria meu conhecimento!


Via de regra, o valor do custo médio de um satélite geoestacionário seja até barato ( 400 milhões de dólares), para o custo do valor dos produtos da agricultura, dos prédios, e das populações que podem ser atingidas e mortas por fenômenos naturais... de possível previsão... se existir um satélite


Todas as atividades da agricultura (do plantio à colheita) dependem de tempo e clima. A partir de hoje, - sem satélite – como será a previsão do que vai acontecer? Voltaremos a fazer previsão do tempo, com um barômetro de parede, como que havia na casa de meus avós?


Durante séculos – marinheiros e agricultores – tentavam previsões com base no conhecimento empírico e crenças, fruto de suas observações pessoais. Muitos ditados sumiram do linguajar moderno, tal como “céu pedrento: chuva ou vento!” Mas se for surpreendido com granizo e tornados? Tampouco havia comunicações adequadas e as observações não passavam do horizonte onde os olhos enxergavam. Tudo era surpresa!


Sabemos que a Meteorologia é uma ciência interligada com a Física e com a Matemática. Mas a idéia da previsão através de processos numéricos de resolução de equações que representem o comportamento da atmosfera é eficaz e certa em elevado grau de precisão.


Hoje, no Japão os supercomputadores para previsão de tempo, além de serem de alta tecnologia, precisam velocidade para realização de cálculos; precisam ter grande capacidade de memória. Estes supercomputadores efetivam mais de um bilhão de contas por segundo!


Em 1925, um pesquisador e matemático britânico - Lewis Richardson – estimou que para determinar as previsões de tempo antes de acontecerem, (... antes da existência dos computadores!) seria necessário reunir 64 mil matemáticos equipados com as mais avançadas calculadoras da época, para antecipar um fenômeno meteorológico.


Parece que na América Latina as populações nasceram para sofrer desastres naturais, e viver de surpresas e perdas materiais, econômicas e familiares. Todos nós teremos que nos especializar em distinguir tipos de nuvens e suas conseqüências? Voltaremos ao tempo de previsões surpresas? Aboliremos os avanços do “e-mail” e voltaremos ao pioneiro telégrafo?


Retrocedemos à monitoração zero do clima e tempo? A elevada ocorrência de “tornados” no Sul do Brasil, atingindo cidades & populações, não é um indicador de que as previsões já estavam imprevisíveis?


Há inúmeras agências de padrão mundial (nos Estados Unidos, Europa, China e Índia) responsáveis pelo desenvolvimento, pesquisa instrumental, lançamento e operacionalidade de satélites meteorológicos. As agências mais importantes com missões de exploração operacional de satélites meteorológicos ou monitorização ambiental são:


NASA (National Aeronautics and Space Administration) - Criada em Outubro de 1958 a NASA (Agência Espacial Norte Americana) é responsável pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias e programas de exploração espacial.


NOAA (National Oceanic and Atmospheric Administration) - Agência Norte Americana, criada em 1970. É responsável pela exploração operacional dos satélites meteorológicos e ambientais do planeta.


NPOESS (The National Polar-orbiting Operational Environmental Satellite System) – O futuro sistema de satélite NPOESS pretende integrar os satélites de órbita polar da série NOAA e satélites da NASA/Força Aérea. As órbitas polares continuam a ser usadas para monitorizar as condições globais ambientais, vitais aos governos, além de recolher e disseminar dados relacionados com as condições de tempo, atmosfera, oceanos e terra.


ESA (European Space Agency)- Agencia espacial européia é uma organização intergovernamental, criada em 1975 com o objetivo de promover a cooperação entre os estados membros da Europa na pesquisa e tecnologia espaciais, proporcionando a sua utilização para fins científicos e para aplicações espaciais operacionais.


EUMETSAT (European Organisation for the Exploitation of Meteorological Satellites) – A Agência européia para a exploração de satélites meteorológicos, tem como principal objetivo estabelecer, manter e explorar os sistemas europeus de satélites meteorológicos operacionais.


E no Brasil? Voltaremos aos balões meteorológicos, às radio sondas, ou as birutas de aeroportos? Como prever as secas na Amazônia? E as enchentes do sul do Brasil? Levo um guarda-chuva? Ou se chover – fica combinado - ninguém vai? Sem previsão de satélites, ficaremos às cegas?


Gilnei Fróes









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