quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O julgamento da história


Em entrevista coletiva hoje à noite, em Copenhage, Dinamarca, na Conferência do Clima das Nações Unidas, o presidente Lula disse que a união dos líderes das nações mais poderosas do mundo, na tentativa de chegar a um acordo no sentido de diminuir a emissão de gases nocivos à atmosfera, é imperiosa. Caso isso não seja possível, a história os julgará sumariamente.
O presidente francês, Nicola Sarkozy (foto), é da mesma opinião de Lula. Em seu discurso, ele defendeu a manutenção dos esforços para se atingir as metas estipuladas pelo Protocolo de Kyoto.
"As pessoas querem manter Kyoto, OK, vamos manter Kyoto. Mas vamos chegar a um entendimento político abrangente", comentou ele.
"Um fracasso em Copenhague seria uma catástrofe para cada um de nós. Se continuarmos desta forma, caminharemos para o fracasso".
As falas mais duras, hoje, em Copenhage, foram de Lula e Sarkozy, os quais não mediram palavras para sensibilizarem os líderes dos países ricos, os quais, embora seja o desejo do mundo, parecem não querer firmar acordo. A China, por exemplo, negou-se a chegar a um consenso sem abrir mão de sua posição. Por que? Ora, muito simples. Não quer mexer no bolso, e, sobretudo, não admite interferência em sua soberania. Uma das potências mundiais, cuja riqueza está sendo erijida graças a emissão de “veneno” à natureza, nega-se a entrar para a história graças a sua posição egocêntrica.
Os Estados Unidos e a própria China, dois maiores poluidores do mundo, apresentam posições antagônicas, com os Estados Unidos defendendo que as emissões chinesas possam ser vistoriadas internacionalmente e o governo chinês afirmando que divulgará os números, mas não aceita intromissões em sua soberania. E os EUA? Bem, todos nós sabemos qual será a posição do Tio Sam. Não muito diferente da firmada em Kyoto. O mundo ficará surpreso se medidas inteligentes forem adotadas, visando diminuir as emissões de gases. Vamos ver o que acontece até amanhã, último dia do encontro. Senhores, rezemos.

Manoel Soares Magalhães

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