quarta-feira, 14 de julho de 2010

SOS Planeta Oil




No dia 20 de abril eu estava em Cuiabá, MT. No Jornal da noite vi pela TV a explosão na plataforma “Deepwater Horizon” da empresa “British Petroleum” (costa da Lousiana) no Golfo do México. Noticiava que onze (11) funcionários da empresa haviam desaparecido no acidente. Era o começo de uma amostra de tragédia planetária, localizada... no coração da fonte (e modelo) da energia vital de sua sustentabilidade econômica dos EUA!

Em tese, uma espécie de feitiço contra o feiticeiro do aquecimento global!

A estimativa de que, por dia, mais de um a dois milhões de litros de óleo se espalham no mar, é uma ameaça direta a economia do eco turismo de paraísos dos EUA, além de devastar (... de forma irreversível) os ecossistemas e habitat oceânico, ameaçando as industrias de pesca.

Uma mega operação de tentativa de controle (com milhares de pessoas e bilhões de dólares) envolvendo robôs submarinos, produtos químicos dispersantes, barreiras de proteção, navios – em razão da falha dos mecanismos de prevenção e proteção – é um prova da fragilidade e pobreza da economia perante a riqueza da ecologia.

As experiências de funcionários do Ministério do Interior do EUA revelam que a contenção da tragédia pode demandar mais de 90 dias (se estimados em 25 mil barris de óleo/dia) serão 2,25 milhões de barris ou 94, 5 milhões de galões... contaminando, matando, poluindo, exterminando vidas marinhas.

Nem o poderoso “Departamento de Ciências da Terra e Atmosfera” que atua em parceria com a “Administração Nacional Oceânica e Atmosfera” (NOOA), têm estimativas precisas desta hemorragia petrolífera. Assim, como vou emitir pareceres? ... se o verbo discordar é super intransitivo e nem se conjuga com o prevenir? ... num mar de incertezas!

Mas cá entre nós: será que o índice “Dow Jones” vale mais do que os peixes, corais e recifes, algas, água verdejante do oceano, aves e pingüins? Nos anos 90, já fizera alertas de que flora e fauna marítima ( ...peixes, pássaros, mamíferos, répteis e anfíbios), estariam condenados a extinção, em caso de desastres com petróleo! Queria estar errado! Ser burro a ponto de não antever nada! Não pensar e pronto! Ser mais um exemplar da manada humana!

Porém, sem ser órfão da Mãe Natureza, em oráculos cósmicos, mesmo no meio da poeira, fuligem e fumaça nossa de cada dia, não consigo ver um futuro límpido para a humanidade. Conheço muitos espécimes humanóides ameaçados de extinção que,(... se tivessem oportunidade!), dariam ótimas idéias à Prêmios Nobel. Legítimos Professores Pardais!..., perdidos no cotidiano do planeta Terra, mas livres de serem condenados como gananciosos poluidores que nada fazem pela “vida do natureza” global e nem pela “natureza da vida” dos seres ameaçados!

Se observarmos os lucrativos demonstrativos de contas bancarias, muitos bancos econômicos precisam aprender a abrir as portas e cofres aos legítimos ecologistas que têm um “capital intelectual” (um valioso Banco Ecológico) aplicado em projetos ambientais de interesse local e global. Será que sem ecologia íntegra a economia do eco turismo terá sustentabilidade?

Na tentativa desesperada de soluções, usando diluentes da molécula de petróleo (... que são igualmente tóxicos à vida oceânica e perniciosos à cadeia alimentar) o crime vai culminar ampliando outros danos, comprometendo à própria sobrevivência humana. Que tipos de câncer vão advir? Que doenças metabólicas vão corromper as espécies marinhas sobreviventes? Em que laboratório de biotecnologia - em “science park” – podemos pesquisar e analisar tais implicações futuras? Lá no Canadá? Ou nos States?

A maneira catastrófica do vazamento, além de ser um filme de terror para a natureza, é uma tragicomédia que desafia a eco-tecnologia dos poderosos!

“The End” já está escrito! Somos meros personagens coadjuvantes de um filme que já tivemos vários “trailers”... mas, depois de tentarem de tudo, vamos lembrar que o “mar vai virar sertão” ( ...um deserto de vidas; numa salgada lixeira aquática fétida!) e o “sertão vai virar mar” (* levando a esperança dos nordestinos! )

Que destino! Mas os terráqueos não tem consciência de que é o Planeta Terra! Uma mera nave-casa-cósmica coletiva de seres viajantes... rumo a evolução espiritual de forma holística e ecumênica... reservada aos justos sobreviventes da apocalipse do petróleo!

Lembro a todos que a última coisa a ser lembrada,... deveria ter sido a primeira. Onde ficou a prática do “principio da precaução?”


Dr. Gilnei Fróes – Coordenador do projeto “SOS” Earth Planet